domingo, 20 de janeiro de 2013

30 anos sem Mané Garrincha




Não, eu nunca vi Garrincha jogar. Mas amante do futebol que sou, e botafoguense apaixonado, consegui há uns 25 anos ver o filme "Garrincha, alegria do povo", e dali em diante minha admiração e reverência ao craque só aumentou.
Há exatos 30 anos, Mané nos deixava. Lembro-me bem do dia. Jogava pelada na rua de chão da Rua Nossa Senhora Aparecida, em São Cristóvão, Cabo Frio. Tinha 11 anos. Ainda não tinha a exata noção do que ele representava. Mas vi reportagens sobre ele que aguçaram a minha curiosidade. 
Naquela época não existia internet, nem essa facilidade de comunicação dos dias de hoje. Na época em que ele brilhou, muito menos. Caso existisse, alguns conceitos cairiam. Outros surgiriam. 
Ontem vi uma matéria no Jornal Nacional sobre Garrincha. Ruy Castro, escritor de um livro sobre o craque disse acreditar que Neymar pode vir a ser um novo Garrincha. Respeito demais o Ruy, mas recomendo que vocês vejam este filme (clique aqui), visitem esta página no Globoesporte.com , ou pesquisem outros vídeos de Mané.
Nunca vai existir um novo Garrincha.


"Aí é que está o milagre:
— o povo ria antes da jogada,
da graça, da pirueta.
Ria adivinhando que Garrincha
ia fazer a sua grande ária,
como na ópera."
Nelson Rodrigues


"Garrincha foi o homem que mais alegrias deu em toda a história do futebol. Quando ele ali estava,
o campo era uma pista de circo;
a bola, um animal amestrado;
o jogo, um convite à festa."
Eduardo Galeano


Se há um deus que regula o futebol, esse deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar
de tudo e de todos".
Carlos Drummond de Andrade


Jogamos 12 anos e nunca perdemos juntos. O Garrincha era um jogador muito individualista, mas para o time era maravilhoso. Todo time precisava de dois, três para marcar o Garrincha, mais um, dois para marcar o Pelé.
Aí os caras estavam ferrados
Pelé

Postado por Neto Cordeiro.

Um comentário:

  1. Netão, também vi a matéria no Jornal Nacional. E ouvi Ruy Castro dizer isto, que Neymar pode ser um novo Garrincha. E isto também me incomodou. Ruy Castro escreveu um livro onde mostra um Garrincha derrotado. Assim como o Marcos Eduardo Neves que expôs as agruras de Heleno de Freitas. Também pudera. Os dois são flamenguistas, traumatizados por tudo que o "Anjo das Pernas Tortas" - prefiro este termo a Mané - fez com o urubu. Os filmes, tanto "Alegria do Povo" quanto "Heleno" mostram uma outra imagem dos craques, que só o audiovisual é capaz de revelar. No documentário de Joaquim Pedro de Andrade vemos um Garrincha prá cima, dando um soco no ar na histórica comemoração contra o fRamengo em 1962. Vemos Garrincha sorrindo, dançando com os filhos. Na ficção de José Henrique Fonseca, antes do manicômio, aparace no vestiário, um forte e agressivo Heleno, que cobra dos outros jogadores raça, vontade, doação em campo pois "Isto aqui é Botafogo"! Quanto às comparações com Garrincha, são puras heresias. Chegaram a comparar o Felipe, que agora está no Fluminense, também; o Denílson. Mas Garrincha é incomparável. Assim como é incomparável Maradona. Por mais que Messi jogue muito - e ele joga muito mesmo, é definitivamente o melhor do mundo - nunca poderá ser comparado a Maradona. No mais, esperamos que a aura de Garrincha ilumine o Botafogo como uma estrela a guiar os passos do clube de General Severiano neste ano que termina com o número que até bem pouco tempo foi de sorte para nós! Ainda sobre Garrincha, a melhor matéria até agora - a do Jornal Nacional foi reprisada com mais detalhes no Esporte Espetacular hoje - foi ontem (sábado) no Globo Esporte apresentado pelo botafoguense Léo Batista. A matéria do Baú do Esporte mostra Garrincha no Rio Sena no final da década de 1960. Ouvir a voz do eterno ídolo do Botafogo é impressionante. A voz do Garrincha é de uma doçura incrível. Já tinha tido a oportunidade de ouvir a voz de Garrincha numa reportagem da ESPN, que publicou uma entrevista rara em sua revista e disponibilizou o áudio no site. Garrincha, realmente é a melhor coisa que o futebol produziu até hoje. Não tem Pelé que dê jeito. Garrincha é mais brasileiro. Garrincha é arte, é chapliniano! E não adianta dizer que não o vimos jogar, pois muito de nós só vemos futebol pela televisão e dá no mesmo ter visto só vídeos do Garrincha! Viva Garrincha! Viva o Botafogo! Viva o futebol brasileiro!

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